MOMENTUM



Nesta forma de pintar não há absolutos.

Não há passado imutável nem futuro incerto.

A força que a move e dirige é perpétua, mas nos seus acidentes e sobressaltos.

É feita de fragmentos, momentos interrompidos no limiar do seu “momentum”. Ora ganham ímpeto, ora o perdem abruptamente.

São narrativas, histórias de vida, fugazmente extraordinárias, por vezes contadas em episódios de despojamento, nuas, mundanas, humanas.

Nesta forma de pintar só a tela/ papel são reais e nós, nestes suportes, presentes.

E em cada pincelada modelamos de forma, cor e luz alguns contos triviais.

Em segredo, escondidas, aparentemente despidas, eis as origens, aí está o intemporal, fixado no horizonte e miragem do infinito.

 





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